Os grãos de cereais fazem parte da alimentação do homem praticamente desde a sua existência e ainda hoje são a base da cadeia alimentar de muitos povos. Só nos países considerados desenvolvidos é que o consumo de cereais é mais moderado. A sua importância é tal que continua a ser o produto alimentar, face a qualquer outro tipo, com maior quantidade de produção a nível mundial.
Há mais de seis mil espécies de grãos de cereais, mas o trigo, o arroz, o milho, a soja e a cevada eram, em 2014, responsáveis por cerca de 55% da área destinada ao cultivo de cereais no planeta. Já em termos de quantidades produzidas, o milho, o arroz e o trigo ocupam, respetivamente, o pódio mundial da produção de cereais.
Importa, no entanto, sublinhar que devido à elevada procura mundial de cereais, muitos produtores têm apostado em sementes alteradas geneticamente (desde a década 60 e 70) para aumentar a produtividade das colheitas. Uma inovação que produz entre os 30% e os 85% mais do que as sementes tradicionais, mas daí poderão advir também grandes malefícios para o meio ambiente e sobretudo para o consumidor, como por exemplo a alteração de propriedades, como acontece com as do glúten, entre muitas outras.
Em Portugal, a área cultivada com milho transgénico resumia-se em 2011, a cerca de 5,6% da área total cultivada (leia mais sobre transgénicos).
Todos os cereais são grandes fontes de nutrientes: hidratos de carbono, vitaminas, fibras e minerais diversos, além de apresentarem baixos níveis de gordura. Ao consumir cereais está a proteger o coração, o aparelho digestivo, o sistema nervoso, a ajudar a controlar a diabetes, o colesterol, a obesidade ou a evitar determinadas doenças degenerativas, entre outros stresses negativos. Todos estes benefícios existem nos cereais, só que na maioria das vezes estes são consumidos na sua forma refinada, o que anula muitos dos nutrientes essenciais ao nosso organismo.
Comer cereais integrais, produzidos a partir de sementes naturais, é mais benéfico, porque contém mais nutrientes – fibras e minerais como selénio, potássio, magnésio, entre outros, que se perdem na moagem e na refinação.
Mas o que é um cereal integral?
É aquele em que o grão é completo, ou seja, composto pelas três camadas que o compõe: o farelo (também chamada a casca), o endosperma (camada intermédia) e o gérmen (a semente).
O farelo é muito rico em fibras, vitamina B, proteínas e minerais, o endosperma fornece hidratos de carbono e energia para o corpo e o gérmen por sua vez possui uma elevada quantidade de minerais, vitaminas e antioxidantes.
É verdade que o cereal refinado é normalmente mais barato do que o integral, mas o nosso organismo vai agradecer o esforço financeiro.
A equipa de especialistas da Harvard School of Public Health já revelou em vários estudos que por cada 28 gramas de cereais integrais que consumimos diariamente é reduzida em 5% a taxa de mortalidade e em 9% o risco de mortalidade relacionada com riscos de stresses cardiovasculares.
Uma consulta rápida a sites da especialidade e blogs (ver por exemplo, www.sapo.pt, www.saudecuidada.com, www.eufic.org, ou www.vegetarianismoveganismo.wordpress.com), é possível confirmar muitos dos benefícios do consumo de cereais.
Este texto é uma tomada de consciência. De acordo com a estação do ano e o momento em que se encontra, cabe a cada um sentir se deve consumir este alimento. A dosagem e a frequência depende da natureza e da condição física de cada Ser Humano.