Sete especiarias indispensáveis na cozinha

Foto de Stevepb em Pixabay.  Esta é a verdadeira canela-do-ceilão. O interior dos pauzinhos desta canela é cheio, ao contrário do que acontece com a canela de cássia que habitualmente nos servem nos cafés.

Canela

É obtida a partir da parte interna da casca da árvore da canela-do-ceilão, a cinnamomum verum que pode atingir 15 metros altura. Esta canela apresenta-se em tom castanho claro e detém um perfume intenso, quente, doce e apimentado que a torna única.

Não confundir com a canela da cássia que é da família, mas tem propriedades diferentes. A canela da cássia contém a substância cumarina, em grande quantidade, ao contrário da canela-do-ceilão (a verdadeira canela). Assim, o consumo excessivo e regular da canela da cássia, muito puxado pelo seu baixo preço, pode tornar-se prejudicial para a saúde, em particular pode provocar desequilíbrios no fígado.

Também em termos de fisionomia os pauzinhos são diferentes: a canela da cássia, é castanha mais escura e apresenta uma única lasca no interior, enquanto a canela-do-ceilão tem uma cor castanho claro, com lascas mais finas e sobrepostas, formando várias camadas, o que torna o interior do pau mais preenchido e denso. Já em pó é mais difícil a sua distinção, por isso é recomendado a compra em casas de confiança.

A canela-do-ceilão é rica em cálcio, manganésio e fibras que permitem ajudar ao funcionamento do aparelho digestivo, respiratório ou a perder peso. O seu poder anti-inflamatório e antibacteriano alivia também a dor muscular, reduz o açúcar no sangue (ajuda em caso da diabetes), hipertensão, stresses cardíacos, artrite, retarda o aparecimento de alzeimer e previne desequilíbrios degenerativos, entre outros benefícios.

O consumo de canela deve ser evitado ou vigiado por profissionais em caso de stresses de diabetes ou quando haja consumo de medicamentos para o coração, sistema sanguíneo ou outras medicações. Também não é recomendado a grávidas, pois a canela é abortiva, provoca a dilatação do útero (desde o início da primeira falta de fluxo menstrual até final de amamentação) ou em crianças até aos sete anos.

Foto de Liesel24 em Pixabay.      Esta é a canela de cássia, vendida habitualmente como canela-do-ceilão, mas na realidade tem propriedades destintas e o seu preço também é muito mais baixo.

Foto de Anna Togni em Pixabay.      O cravo-da-índia tem propriedades anti-bacterianas e anti-inflamatórias, entre outras.

Cravo-da-Índia

A botão da flor da árvore tropical, originária das ilhas Moloucas, na Indonésia, oferece um aroma acre apimentado com notas de âmbar e adstringente, em que sobressai no mundo das especiarias pelo seu aspeto invulgar de botão floral e cor castanha depois de seco. Tem propriedades antissépticas, cicatrizantes, antifúngicas, antibacterianas, anti-inflamatórias, antioxidantes, analgésicas, afrodisíacas, entre outras. É recomendado para tratar tosses, dores de dentes, bronquite, gases intestinais, inflamações, além de acelerar o metabolismo e a digestão (reduz gordura), logo um aliado para perder peso.

O cravo não é, porém, recomendado para mulheres grávidas ou em fase de amamentação, crianças inferiores a seis anos, pessoas que tenham stresses negativos como gastrites, úlceras, cólon irritável, colite, doença de crohn, hepatopatias, epilepsia, parkinson ou outros stresses neurológicos.


Foto de Johan Puisais em Pixabay.     Açafrão é uma preciosidade que as flores nos oferecem. Cada quilo deste ouro vermelho chega a custar três mil euros.

Açafrão

São os longos estigmas alaranjados em formato de trompa que nascem nas flores da família da iridaceae, de cor lilás, violeta ou branca, que depois de secos dão origem ao açafrão, o verdadeiro. Uma preciosidade já que para se conseguir um quilo são necessárias mais de 150 mil flores, cujos estigmas (cada flor apenas dá três) são colhidos à mão, o equivalente a uma plantação de dois mil metros quadrados. Daí que no mercado internacional, o quilo do chamado ouro vermelho varia entre os mil a três mil euros. É por isso que normalmente as pessoas só compram um ou dois gramas e deve ser adquirido apenas em lojas de confiança e em fio, já que em pó corre-se o risco de ser adulterado com outras especiarias.

Conhecido pelo seu sabor amargo e aroma distinto, muitas vezes o açafrão é confundido com a curcuma, também designado de açafrão-da-terra. Este trata-se de um rizoma cujo preço é muito mais barato e quando é vendido em pó também é amarelo escuro ou alaranjado e de poderosas propriedades (veja a seguir).

O açafrão das flores tem propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antimicrobianos que na prática inibe o desenvolvimento de bactérias, parasitas e fungos ou outros desequilíbrios.

O consumo de açafrão trata e previne stresses renais, menstruais, oculares, estomacais e cardiovasculares (reduz o colesterol e combate a diabetes), ajuda a travar desequilíbrios degenerativos (do cólon, fígado ou dos ovários) e também reforça o sistema nervoso. Também as suas propriedades antibacterianas permitem retardar o envelhecimento e tratar stresses de pele, como o acne e espinhas.

O consumo regular de açafrão deve ser feito sob a vigilância de um especialista, uma vez que em excesso poderá ser tóxico. Para fazer um chá é recomendado um grama para um litro de água e deve ser fervido durante cinco minutos.

Foto de Cocoparisienne em Pixabay.    O verdadeiro açafrão é obtido dos longos estigmas alaranjados em formato de trompa que nascem nas flores de cor lilás, violeta ou branca, da família da iridaceae.

Foto de lbokel em Pixabay.          A curcuma ou açafrão-da-terra é acessível a todas as bolsas e contém poderes indispensáveis ao nosso organismo.

Curcuma longa

É um rizoma, da família do gengibre, também conhecido por falso açafrão, açafrão-das-índias ou ainda açafrão-da-terra. Tem a terra como berço e oferece um cheiro exótico intenso a noz terrosa de sabor amargo e ligeiramente picante que se destaca pela sua cor laranja (também pode ser branco). A tonalidade alaranjada deve-o à curcumina, substância que dá por exemplo a cor amarelada ao caril e leva muitas vezes a que se confunda com o açafrão das plantas, o verdadeiro açafrão (ver texto anterior). A poderosa curcuma, usada há muito pela medicina tradicional chinesa e indiana, pode ser facilmente encontrada no supermercado ou numa loja de produtos naturais, em bolbo ou em pó e o seu preço é baixo.

“A curcuma é o mais poderoso anti-inflamatório que a natureza fabrica”, diz o médico brasileiro Lair Ribeiro. Este cardiologista, nutricionista e autor de 37 livros dos quais 15 são ‘best sellers’, incentiva o consumo deste alimento já que todas as doenças crónicas têm como fator causal uma inflamação. “Ninguém tem interesse em fazer publicidade porque é democrático e barato [ao contrário dos medicamentos que a indústria farmacêutica vende], precisa Lair Ribeiro.

A curcuma tem propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, antivirais, antibacterianas, antifúngicas e anti degenerativas. Todo este poder tem forte influência contra stresses negativos como a diabetes, colesterol, coração, gastrites, doença de crohn, parkinson, alzheimer e desequilíbrios degenerativos (do cólon, pulmões ou próstata, entre outros).

Não é por acaso que a Índia apresenta uma das taxas mais baixas de pessoas com desequilíbrios degenerativos. Facto que não passa despercebido à comunidade cientifica que tem feito estudos profundos, em particular à alimentação rica em curcuma.

No entanto, convém não esquecer que a substância curcumina pura não é bem absorvida pela corrente sanguínea, segundo os especialistas. É por isso que o consumo de curcuma deve ser feito conjuntamente com pimenta preta, que contém piperina e faz com que haja uma normal absorção da curcumina. Aliás não é por acaso que o indiano curry contém curcuma e pimenta negra.

A curcuma não deve ser consumida por pessoas que já estejam a tomar medicação anticoagulantes, que tenham stresses renais ou estomacais, após uma cirurgia, por grávidas ou em fase de amamentação. O consumo deve ser sempre supervisionado por um especialista.


Foto de Scym em Pixabay.        O cardamomo é muito usado na alimentação e também bastante cobiçado pela indústria de cosmética.

Cardamomo

Pequena semente esverdeada oval com alguns grãozinhos pretos no interior que são produzidos por uma planta da família das zingiberáceas, a mesma do gengibre. É originária do sudeste da Índia e oferece um sabor doce refrescante intenso que inclui pautas de menta e citrinos com um final apimentado. O seu valor de mercado também não é barato se for o cardamomo verde (atenção à composição quando se compra em pó, pois às vezes juntam o cardamomo castanho que tem um preço muito inferior).

O cardamomo é usado na indústria dos perfumes, cosmética e na culinária (atenção que quando é cozinhado não se come a casca apenas se deve ingerir os grãos da semente).

As propriedades do cardamomo produzem, no nosso organismo, efeitos diuréticos, expetorantes, laxantes, antissépticos e descongestionantes. Na prática o seu consumo ajuda o aparelho digestivo, trata stresses estomacais, como úlceras, gripes, bronquites, asma ou tosse, mantém as gengivas e dentes saudáveis, reduz a pressão arterial, é um afrodisíaco, ajuda a prevenir desequilíbrios degenerativos.

Como usar o cardamomo em chá: colocar três sementes trituradas num litro de água ferver durante 10 minutos e depois de frio deve ser tomada após as refeições, por exemplo, para ajudar a digestão. Também se pode fazer um macerado de vinho (20 sementes para um litro de vinho, durante 15 dias) para beber em cálice como digestivo, após o almoço ou jantar.

O consumo do cardamomo não é aconselhado a grávidas ou em fase de amamentação e em caso de dúvida deve aconselhar-se com um especialista.


Foto de Scym em Pixabay.        O consumo diário de noz-moscada deve ser feito com cautela.

Noz-moscada

É a semente do fruto da moscadeira, uma árvore, originária das ilhas Molucas, na Indonésia, que pode atingir os 20 metros. Parecido com um damasco no seu formato, o fruto assume a cor vermelha ou amarelada que depois de seco oferece uma semente semelhante a um caroço fibroso, com um aroma doce amadeirado e um toque canforado picante.

O consumo diário de noz-moscada deve ser feito com cautela, apenas uma pitada do pó ou um pouco ralado (uma a duas gramas no máximo), pois a partir das cinco gramas pode ser nocivo e provocar alucinações auditivas e visuais, descontrole motor e despersonalização. Atenção, na mulher poderá ser abortivo. Não deve ser consumido por grávidas ou mulheres em fase de amamentação.

Mas quando consumido com moderação oferece múltiplos benefícios ao nosso corpo, pois é um estimulante, sedativo e relaxante com propriedades anti-inflamatórias e antisséptico. As suas propriedades estimulam o sistema cerebral – ajuda a ultrapassar stresses de esgotamento, fadiga, melhora a concentração e protege por exemplo do alzheimer – reforça o sistema digestivo, o fígado e os rins, ajuda a desintoxicação e previne o ácido úrico ou a gota, inflamações de articulações, reforça os ossos, faz aumentar a circulação sanguínea e estimula o sistema cardiovascular, entre muitos outros benefícios. Esta especiaria tem ainda propriedades anti degenerativas.

Também ajuda a ultrapassar as insónias (uma pitada de noz-moscada num copo de leite) e possui ainda propriedades afrodisíacas.

O consumo deve, no entanto, ser moderado e pode ser feito em pó, em semente ou em óleo. Por exemplo para fazer um chá deve ferver-se um litro de água com meia colher de café de noz-moscada durante 10 minutos.


Foto de Pixabay.        O cominho beneficia o sistema digestivo, stresses do sistema respiratório e fortalece o sistema imunológico.

Cominho

Pequenas sementes retangulares estreitas e pontiagudas com sulcos longitudinais de cor castanho claro que transmitem um intenso paladar amargo em notas de citrinos e ligeiramente picante. É originário do Egipto e pode ser comprado em sementes, em óleo ou em pó, mas nesta última forma é necessário atenção, já que muitas vezes são utilizadas sementes de coentros que são muito mais baratas.

As propriedades do cominho beneficiam o sistema digestivo, stresses do sistema respiratório, fortalece o sistema imunológico, reduz o colesterol mau e a diabetes, controla a pressão arterial e os seus minerais ajudam a combater a anemia, a osteoporose e o envelhecimento da pele, reforçando a sua elasticidade, entre outros benefícios. O cominho também é rico em antioxidantes e em vários óleos essenciais que ajudam a prevenir desequilíbrios degenerativos.

O consumo de cominho em excesso poderá provocar irritação estomacal e intestinal e não é recomendado a grávidas, mas já na fase de amamentação pode ser benéfico para reforçar a produção de leite.

 

Este texto é uma tomada de consciência. De acordo com a estação do ano e o momento em que se encontra, cabe a cada um sentir se deve consumir este alimento. A dosagem e frequência depende da natureza e da condição física de cada Ser Humano.

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