Centrando o foco apenas nas algas do mar, verificamos que a legislação europeia restringiu a utilização de macroalgas marinhas na alimentação humana e animal a 22 espécies, baseadas apenas nos registos de consumo na Europa (ver em baixo tabela da UE) e não por uma questão de segurança alimentar. Sugerimos agora 10 tipos de algas que pode encontrar facilmente numa loja da especialidade para poder apreciar no dia-a-dia à mesa do seu lar.
Nori ofereceu a popularidade ao sushi
A nori é uma das algas mais populares do mundo por fazer parte do famoso sushi. Faz parte do grupo das algas vermelhas, mas o modo como é preparada para ser confecionada pode conferir-lhe outros tons: roxa, preta ou verde. A boa aparência para consumo é reconhecida pela forma homogénea das folhas finas e secas que devem ter uma cor brilhante em contacto visual com o sol. É rica em iodo, cálcio, ferro, além de outros minerais e um quarto do seu conteúdo são proteínas. A nori tem ainda bastante carga de vitaminas, em particular A e B12. É recomendada, por exemplo, para combater a osteoporose ou melhorar a visão. Pode ser ingerida diretamente, tem um sabor suave a peixe, ou depois de partir as folhas aos pedaços pode polvilhar em pratos de arroz, feijão, sopa, saladas, vegetais ou outras refeições.
Wakame promove a desintoxicação do corpo
É originária do Pacífico, mas também se encontra na Península Ibérica e na costa Francesa. É classificada como alga castanha e indicada para quem quer começar a consumir este tipo de vegetais, uma vez que no meio da coloração verde acastanhado apresenta um sabor fino adocicado e uma textura mais suave do que as congéneres. As principais propriedades são o alto teor de cálcio, é 11 vezes mais rica em cálcio que o leite, além de possuir um alto teor em fósforo, iodo, proteínas e vitaminas A, B1 e B2.
É utilizada para melhoria dos sistemas circulatório e respiratório, como por exemplo a asma e a bronquite. Esta alga ajuda também a remover as toxinas nocivas do nosso organismo e é por isso frequentemente utilizada por quem quer reduzir peso e promover uma alimentação saudável.
Para cozinhar deve-se demolhar as algas desidratadas durante 30 minutos e entre 15 a 20 minutos para confecionar. Podem ser consumidas através de sopas, saladas, massas, pizzas entre outros pratos.
Kombu é mundialmente conhecida pelo seu poder em iodo
É uma das mais consumidas a nível mundial. Pertence à família das algas castanhas, é uma laminárias, e as suas fibras são das mais rijas entre as algas, daí necessite mais tempo para ser cozinhada.
Os principais produtores são japoneses, mas também é possível encontrá-la na costa da Península Ibérica. É rica em hidratos de carbono, proteínas e vitamina A, C, E e B, mas destaca-se pela elevada quantidade de iodo (um elemento natural valioso para o bom funcionamento da glândula tiróide), além de conter também cálcio, fósforo, sódio.
O consumo de kombu é recomendado para fortalecer o intestino, muito usada para combater colites, estimular o sistema linfático, regular o colesterol e a tensão arterial, além de estar também associada ao tratamento de stresses de artrite, reumatismo, anemia e hipotiroidismo.
Para serem cozinhadas devem ser demolhadas, pelo menos, entre 30 a 45 minutos e deve o tempo de cozedura ascender a 45 minutos. É ideal para juntar a feijão, aromatizar sopas – no Japão é muito utilizada na sopa Dashi, uma das mais conhecidas a nível mundial – ou para acompanhar outros vegetais, cereais e leguminosas, bem como massas, arroz ou pães ou ainda usada em chá.
Arame é o espaguete do mar
É constituída por finos filamentos, faz lembrar o esparguete, de cor castanha e com um sabor suave e ligeiramente doce, muito semelhante à alga hiziki. Esta cresce nos mares profundos da costa japonesa e é rica em cálcio, fósforo e iodo, além de um elevado valor em vitaminas, em particular A, B1 e B2. É muito utilizada para reforçar a circulação sanguínea, travar a hipertensão e regula os órgãos reprodutores femininos e masculinos.
Para o seu consumo deve ser demolhada durante 15 minutos e cozida durante meia hora ou mais. Pode ser um bom acompanhamento de outras verduras como cenouras, cebola ou adicionada em saladas ou sopas.
Hiziki fortalece ossos e dentes
Tem uma textura semelhante à alga arame, com filamentos finos, mas mais espessa e de cor azul, com um sabor marinho mais intenso. Em termos nutricionais, o grande destaque vai para o cálcio, pois é 14 vezes superior ao leite, além de oferecer elevados níveis de potássio, sódio, hidratos de carbono e proteínas.
O seu consumo fortalece os ossos, dentes, ajuda a combater a hipertensão e stresses de estômago, embora os especialistas alertem que seja de difícil digestão. Também beneficia na menopausa.
O modo de cozinhar a hiziki é muito semelhante à aramé (15 minutos para demolhar e mais de 30 minutos para cozer). É muito utilizada para acompanhar cereais, saladas ou como complemento de um prato.
Agar-agar oferece um baixo nível de calorias
É uma substância mucilaginosa que é retirada de algas marinhas vermelhas, como por exemplo a gracilária, gelidium, gelidiela ou pterocladia, e que é vendida em estado desidratado em grânulos ou em pó. Esta em contacto com a água aumenta de volume.
Agar-agar é fantástica para fazer gelatinas de vegetais ou frutas, pudins, maioneses, xaropes ou molhos. Esta alga também tem um baixo nível de calorias e é rica em proteínas, vitaminas, fibras e minerais. É recomendada para perder peso, pois dá a sensação de saciedade, reduz a ingestão de gorduras e funciona como desintoxicante. Também regula o funcionamento do intestino, reduz o colesterol e reforça a elasticidade da pele, pois combate a flacidez, a celulite e protege das rugas e do acne, entre outros benefícios.
A sua utilização é simples: basta dissolver uma pequena quantidade em água quente e depois deixar solidificar até fazer a gelatina.
Dulse é um trunfo contra a anemia
Faz parte do grupo de algas vermelhas, também são conhecidas por “palmaria palmata”, pode ser encontrada com facilidade no Oceano Atlântico Norte e já os antigos Celtas e Vikings a consumiam com alguma regularidade.
Tem grandes quantidades de minerais como ferro (por isso é recomendada para combater a anemia), potássio, magnésio, iodo (ajuda a equilibrar a tiróide), muito pouco sódio e vitamina C (foi um dos trunfos contra o escorbuto dos marinheiros).
O seu gosto e aroma faz com que esta alga seja recomendada a comer crua em saladas, mas se for cozida então a opção podem ser pratos em que acompanha com legumes, massas, cuscuz, omelete, pizza ou quinoa, etc.
Corte as algas, deixe-as de molho cerca de dois minutos e depois pode consumir crua ou então cozinhá-la entre 10 e 20 minutos em guisados ou refogados.
Spirulina apresenta um alto teor de proteínas
É considerada uma microalga, mas na realidade é uma cianobactéria, que tem clorofila e usa o Sol como fonte de energia, tal como as algas vulgares, que se desenvolvem bastante em lagos de água doce. Tem uma cor azul esverdeada, cresce em espiral e oferece um sabor muito intenso a alga, o que a torna agradável ou detestável. O seu consumo há muito que começou a ser feito por tribos Africanas e pelo povo Asteca.
O grande trunfo são os seus nutrientes: 65% de proteínas, rica em vitaminas, sais minerais, antioxidantes e fitoquímicos como os polissacarídeos e ficocianina.
A spirulina combate crises de artrite, diabetes, obesidade (reduz o apetite), aumenta a flora intestinal, regula anemia, alivia sintomas pré-menstrual, previne o raquitismo, debilidade em geral e o risco de doenças degenerativas. É também muito usada como suplemento para desportistas.
Mas atenção não é indicada para pessoas com problemas no sistema imunitário, pois pode aumentar os stresses com esclerose múltipla, lúpus, artrite reumatoide e também não é recomendada para pessoas que sofram de fenilcetonúria.
Na culinária, é muito usada para finalizar os pratos, como por exemplo polvilhar sobre o arroz, massas ou sopas.
Musgo da Irlanda é um aliado para combater tuberculose
Também conhecida por alga musgo ou carragheen (devido ao nome da região da Irlanda onde é muito abundante), integra o grupo de algas vermelhas, da família das ropdófitas, e tem um sabor muito suave, quase neutro. Mas não se encontra apenas na Irlanda, é possível também obtê-la em países como na Grécia, Cabo Verde, Japão ou Alasca. A sua composição destaca-se pela riqueza em potássio, iodo, cálcio e ferro, além das vitaminas, em particular a A e de ácidos gordos insaturados e proteínas.
Esta alga marinha é muito utilizada para tratar tuberculose, úlceras, dor de garganta, bronquite, cistite, gastrite, glândulas inchadas, indigestão, diarreia, pele seca e problemas na tiróide, como por exemplo o hipotireoidismo.
Na culinária, antes de consumir é necessário demolhar durante 30 minutos. Esta pode ser usada em saladas, purés, sopas ou como verdura.
O musgo-irlandês está contraindicado para indivíduos que utilizam medicamentos anticoagulantes.
Ulva ou alface-do-mar também se encontra na costa portuguesa
A alface-do-mar é da família das ulvaceas. Esta espécie de alga que cresce agarrada às rochas de baixa profundidade e apresentam folhas ovais, circulares, ou mesmo longas e estreitas, com uma textura fina e sedosa. A cor verde viva é a dominante. Nas zonas costeiras, um pouco por todo o mundo, como por exemplo em Portugal, Escandinávia, Grã-Bretanha, Irlanda, China e Japão (onde é conhecida por aosa) é possível encontrá-las.
É extremamente rica em proteínas, vitaminas, fibras, ferro e o seu consumo estimula a respiração celular e a regeneração das células, além de ter um efeito antioxidante e de limpeza de radicais livres do organismo.
Para consumir, basta mergulhar em água com um pouco de sal durante cinco minutos, para hidratar. Depois é deixar cozinhar até 30 minutos. Pode ser usada em cru, em saladas, ovos mexidos, mas também pode ser cozinhada em sopas ou estufadas.
Nome científico de algas
|
Nomes comuns de algas
|
ALGAS CASTANHAS |
|
Ascophylum nodosum | Rockweed, Egg wrack, Bladderwrack |
Fucus spp | Bodelha, Botelho, Fava do Mar, Spiral wrack |
Himanthalia elongata | Esparguete do Mar, Sea spaghetti, |
Undaria pinnatifida | Wakame, kelp |
Laminaria digitata | Kombu, kelp |
Laminaria japonica/ Saccharina japónica | Sea tangle, Kombu, Japanese kelp |
Saccharina latíssima | Sugar kelp, Royal kombu |
Alaria esculenta | Wakame atlântico, Wing kelp, Dabberlocks |
ALGAS VERMELHAS | |
Palmaria palmata | Botelho comprido, Dulse, Dilisk |
Porphyra spp (umbilicalis, tenera, yezoensis, dioica) | Erva-patinha, Nori, Laver |
Chondrus crispus | Musgo irlandês, Lichen, Irish moss |
Mastocarpus stellatus | False Irish moss |
Gracilaria verrucosa | Ogonori, Wart weed |
Lithothamnium calcareum | Maerl |
ALGAS VERDES | |
Ulva spp. | Alface do mar, Sea-lettuce |
Enteromorpha (now Ulva) | Erva-patinha verde, Gut laver, Aonori |
Fonte: Seaweed Industry Association; Tabela oficial da UE.
Este texto é uma tomada de consciência. De acordo com a estação do ano e o momento em que se encontra, cabe a cada um sentir se deve consumir este alimento. A dosagem e frequência depende da natureza e da condição física de cada Ser Humano.
Sinta mais sobre algas em:
Algas alimentam, tratam e até criam o plástico do futuro
Reforce a sua consciência em:
https://www.celeiro.pt/conteudo/detalhe/algas
http://www.fao.org/3/a-i4899e.pdf
http://souvegetariano.com/colunas/algas-um-verdadeiro-mar-de-proteinas/
https://zap.aeiou.pt/estudante-alemao-cria-embalagem-biodegradavel-algas-marinhas-mortas-156004
https://biosom.com.br/blog/alimentacao/10-principais-tipos-de-algas-marinhas-comestiveis/
https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/12592/1/Mara%20Sofia%20Rodrigues.pdf