França proíbe Wi-Fi em creches e restringe nas escolas primárias

Foto de Grey_beard em Pixabay.       Também Itália, Suíça, Inglaterra, Israel e Canadá já fixaram limites na utilização do Wi-Fi nas escolas.

O Estado Francês decretou, a partir de Fevereiro de 2015, o fim das redes Wi-Fi nas creches/berçários e restringiu também o seu uso nas escolas primárias apenas para o período de ensino educativo digital. Este é o resultado de um movimento, sem precedentes, que fez prevalecer a consciência de proteger as crianças dos danos potenciais das radiações, apesar da controvérsia cientifica que existe.

Também Itália, Suíça e Israel estabeleceram limites de exposição mais reduzidos nas escolas, assim como algumas escolas no Canadá e Inglaterra. Em causa está o facto de muitos estudos considerarem que durante uma gravidez, ou em crianças até aos sete anos, existe uma maior exposição aos eventuais efeitos nocivos das radiações sobre o cérebro e sobre a medula óssea, porque os tecidos que envolvem estes órgãos (a pele e o osso) estão mais permeáveis.

Para as várias associações antirradiação eletromagnética, este tipo de legislação constitui apenas um primeiro passo para o reconhecimento legal da necessidade de regular o desenvolvimento das comunicações móveis e de todas as tecnologias sem fio.

Portugal ainda estuda o dossier

As autoridades portuguesas, Anacom, o Ministério da Saúde e o Governo, limitam-se a fazer estudos sobre o tema e apenas fazem cumprir as normas fixadas a nível internacional. Na União Europeia, os limites adotados no que diz respeito às Radiações Eletromagnéticas das Redes de Telecomunicações (RERT) são recomendados pela Comissão Internacional para a Proteção das Radiações Não-Ionizantes (ICNIRP, na sigla inglesa), um organismo independente reconhecido pela OMS, com base no efeito térmico das radiações. Estes limites têm, segundo muitos especialistas portugueses, uma margem de segurança 50 vezes inferior ao limite a partir do qual podem ser detetados efeitos na saúde.

Luís Correia, Professor de Engenharia Eletrotécnica, há 3 décadas no Instituto Superior Técnico e Investigador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, estuda questões relacionadas com telecomunicações há mais de 16 anos, desvaloriza a polémica. Para o engenheiro, em declarações ao Expresso (edição de 10/10/2015), “o que está em causa não é a quantidade de fontes que temos à nossa volta, mas a intensidade da radiação. Essa intensidade está regulada por uma recomendação do ICNIRP, organismo da Organização Mundial da Saúde, que fixou um valor máximo de 28 volts/metro como limite a que as pessoas podem estar expostas sem risco, em modo contínuo”. Luís Correia defende que não há qualquer problema relativamente às emissões eletromagnéticas – desde que se cumpram os limites mínimos admitidos por lei. Em seu entender, “a proibição aprovada em França não tem sustentação técnico-científica, até porque o Wi-Fi emite a potências muito baixinhas (0,1 watts).”
Luís Correia lidera também uma equipa que desenvolveu o programa  FAQtos, financiado por empresas de telecomunicações, que tem como objetivo disponibilizar informação relevante sobre radiação eletromagnética em comunicações móveis (Ver aqui).

Já o pediatra Mário Cordeiro, citado pela revista Visão (edição 05/05/2016), é mais cauteloso: “As crianças têm uma parede óssea mais fina [na cabeça] do que um adulto e o chamado efeito de ressonância faz com que as micro-ondas penetrem em maior profundidade, sendo maior o nível de radiação que atinge o cérebro. “Como tal, o médico recomenda precaução, mesmo não havendo provas” e aconselha os pais a não deixarem as crianças menores de 12 anos falarem mais de “dois ou três minutos de cada vez ao telemóvel”.

Este alerta junta-se a muitas outras vozes, nomeadamente cientistas que apelam para que os atuais limites legais sejam revistos em baixa, pois consideram que andamos a brincar com o fogo.

Europa aposta no acesso gratuito à net

Foto de Natureaddict em Pixabay.      A União Europeia vai investir 120 milhões de euros em equipamentos para instalar Wi-Fi gratuito em oito mil municípios dos países dos Estados-membros.

Até 2020, os principais espaços públicos das cidades europeias vão passar a ter acesso gratuito à internet sem fios. O projeto WiFi4EU vai ser financiado pela União Europeia, depois da Comissão, o Conselho e o Parlamento Europeu terem chegado a acordo político no início de Junho de 2017. Até 2020 vão ser investidos 120 milhões de euros para comprar os equipamentos necessários para instalar Wi-Fi gratuito em seis a oito mil municípios dos Estados-membros.

Ainda falta, no entanto, criar o sistema a partir do qual as autarquias vão poder candidatar-se a este projeto. A Comissão Europeia promete que este vai ser “um processo simples e não burocrático” e prevê um alcance total de 40 a 50 milhões de ligações por dia.
O objetivo será “responder às necessidades crescentes de conectividade dos cidadãos europeus e aumentar a competitividade da Europa”.
O vice-presidente responsável pelo Mercado Único Digital afirmou que quer “construir uma Europa plenamente ligada, em que todas as pessoas têm acesso a redes digitais de elevada qualidade”. Andrus Ansip diz ainda existirem desafios para o futuro, nomeadamente tendo em vista “melhorar a coordenação do espectro à escala europeia e estimular os investimentos em redes de capacidade elevada de que a Europa precisa”.

Entretanto, os consumidores já começam a exigir também espaços brancos sem comunicações, ou seja, livres de ondas eletromagnéticas.

Dicas como se proteger da radiação

  • Desligar a rede Wi-Fi quando for dormir e todos os aparelhos que utilizam essa tecnologia.
  • Manter os aparelhos elétricos que emitem ondas eletromagnéticas longe do nosso organismo para evitar o máximo de exposição possível.
  • No caso de telemóveis usar o sistema de alta voz ou auricular.
  • Ao trabalhar com um tablet ou portátil ter em atenção que este não deve ficar apoiado no corpo, pois as micro-ondas podem afetar, por exemplo, os órgãos reprodutores.
  • Evitar que as crianças falem ao telemóvel.
  • As grávidas devem evitar grandes exposições às ondas eletromagnéticas pois afeta o seu organismo e o do bebé.
  • Deve-se ter atenção especial às áreas laterais e traseiras dos televisores e computadores, pois é aí que as ondas eletromagnéticas atingem níveis mais elevados.
  • Há cortinas de tecido especial, com fios de cobre e prata que bloqueiam as radiações.
  • As paredes podem ser pintadas com tintas especiais à base de carbono, que cortam mais de 99% das radiações que venham do exterior.
  • Há filtros especiais para colocar nas tomadas, que limpam e bloqueiam a eletricidade suja.
  • Na cozinha elimine o micro-ondas e opte pelo gás.

 

Foto de Gerd Altmann em Pixabay.        Proteja-se das ondas electromagnéticas para não arriscar a sua saúde e a dos seus, em particular, das crianças e das grávidas.

 

Sinta mais sobre o Wi-Fi em:

Wi-Fi é uma ameaça invisível para a saúde?

 

Reforce a sua consciência em:

http://monit.it.pt/downloads/file113_pt.pdf

http://monit.it.pt/downloads/file102_pt.pdf

http://faqtos.pt/downloads/file224_pt.pdf

http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2016-05-05-Zona-Wi-Fi-Perigo-para-a-saude-

http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2016-05-05-Fui-obrigada-a-abandonar-tudo

https://pt.linkedin.com/pulse/como-os-campos-eletromagnéticos-e-electrónicos-nos-influenciam-noem

http://www.bbc.com/portuguese/curiosidades-37981911

http://www.icnirp.org/cms/upload/publications/ICNIRPemfgdl.pdf

http://www.icnirp.org/cms/upload/publications/ICNIRPStatementEMF.pdf

http://monographs.iarc.fr/ENG/Monographs/vol80/

http://monographs.iarc.fr/ENG/Monographs/vol10

http://www.who.int/ceh/capacity/radiation.pdf?ua=1

https://camposeletromagneticos.wordpress.com/2016/10/20/wi-fi-em-escolas-perigo-iminente/

https://camposeletromagneticos.wordpress.com/2017/01/23/energias-alternativas-um-perigo-para-a-saude/

http://monit.it.pt/downloads/file127_pt.pdf

http://www.faqtos.pt/index.php?id=15

 

 

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